Há algumas semanas atrás, fui surpreendido com anúncios que ecoavam próximo de minha casa. Rapidamente, parei o que estavam fazendo e comecei a atentar para aquela propaganda no intuito de identificar do que se tratava. Não fiquei surpreso quando percebi que era mais um anuncio da inauguração de uma nova “portinha” que se abria na minha cidade intitulada “Igreja Evangélica Obra Missionária”, fundada por certa missionária, recém chegada no município, que era independente, ou seja, sem pastor, sem igreja, sem convenção, sem agência missionária e sem marido (divorciada).
E, como é de praxe desses movimentos, ouvia-se por aquele anuncio o convite para que comparecessem tanto evangélicos quanto católicos e espíritas, bem como a garantia de que aconteceriam naquele dia curas extraordinárias, milagres, revelação, anestesia de anjo, oração por foto etc.
Contudo, o que me deixou perplexo nesse anuncio, não foi a evidente falta de estrutura (tanto espiritual quanto material) dessa dita missionária, mas sim a titularização que deram para aquele culto que inauguraria o movimento deles. Pasmem! O culto que era anunciado chamava-se “Culto da Carruagem de Fogo”. Imediatamente, pensei comigo: meu Deus, que culto é esse e o que o povo vai ouvir nessa reunião?
Quando aquele anuncio ficava cada vez mais distante a ponto de não ouvi-lo mais, comecei a ponderar naquilo que acabara de ouvir e em pensamentos fiz-me uma pergunta, e esta mesma pergunta quero fazer a você também: Será que nós também, como igreja, não estamos distorcendo a forma genuína e Bíblica de cultuarmos ao Senhor?
Essa pergunta faz-se importante, porque toda semana encontramos em alguns templos um culto diferente. É culto de libertação, culto da família, culto de avivamento, culto do milagre, culto da restituição, culto da prosperidade, culto da vitória, culto da multiplicação, culto da amizade, culto dos labaredas de fogo, culto de revelação, culto dos (para) desviados, culto da unção profética, culto disso, culto daquilo e por aí vai. São tantos títulos para os cultos que as pessoas já estão mal acostumadas e quando vão para igreja sempre perguntam a alguém: Hoje é culto de que?
Ao colocarmos diversos títulos nos cultos que devemos prestar ao nosso Senhor Jesus, não estamos sendo menos culpados do que a referida missionária acima, porque quando isso acontece, percebe-se claramente que o foco do nosso culto não é mais na adoração a Deus e na meditação da Sua Palavra, mas sim nos elementos físicos e emocionais que comporá essa reunião (leia Colossenses 2.18).
Pb. Gleison Elias Pereira