Talvez o título desta postagem lhe pareça estranho, mas o fato é que o jornal Mensageiro da Paz do mês de novembro brindou os leitores com um excelente artigo intitulado “O equilíbrio e a firmeza bíblico-doutrinária de Gunnar Vingren e Daniel Berg”, onde é relatado dois episódios da vida ministerial dos pioneiros das Assembléias de Deus no Brasil. Esse artigo nos revelou que nossos pioneiros eram obreiros equilibrados e possuidores de sólido conhecimento bíblico, e ambos rejeitavam todo e qualquer tipo de modismos e excessos que não tinham sustentabilidade na Palavra de Deus.

No primeiro episodio, o artigo relata que o missionário Gunnar Vingren encontrava-se pela primeira vez na cidade de Criciúma (SC), onde foi recebido por crentes lituanos. Segundo o artigo, esses crentes lituanos promoviam à noite cultos no idioma lituano, e durante essas reuniões ocorriam estranhas manifestações que foram severamente reprovadas pelo missionário.

“Primeiro cantaram um hino. Depois todos tiraram os sapatos e se deitaram no chão num círculo. Depois que todos haviam orado, começaram a pular e a dançar durante mais ou menos meia hora. Depois se puseram de joelhos outra vez e oraram. Eu os exortei a que deixassem essa coisa de dançar, pois isso não está escrito no Novo Testamento, e era uma bobagem que eles deviam abandonar”. [1]

Essa experiência vivenciada por Gunnar Vingren também está relatada no livro O Diário do Pioneiro (CPAD), p. 97-101.

Semelhantemente, uma situação parecida ocorreu com Daniel Berg, quando ele em 1932, logo depois de assumir a liderança de uma igreja em Portugal, deu-se ali uma cisão. “A maioria, pouco mais de 10 crentes, partiu para o Carvalhido (Prelada), a fim de cultuar na casa de oração alugada por Daniel Berg. Esse grupo de pioneiros deu origem à igreja pentecostal que ali existe hoje. No resumo histórico dessa igreja, publicado no site www.adporto.net/historial.php, o autor afirma que um dos motivos da cisão seria o fato de Daniel Berg valorizar mais a Bíblia e a mensagem pregada do que os testemunhos pessoais (bênçãos recebidas) narrados durante o culto.” [2]

Sem dúvida, os exemplos de vida deixados por esses notáveis pioneiros do pentecostalismo brasileiro têm muito a ensinar aqueles que vivem iludidos e enganados com movimentos tipo reteté e outros modismos existentes em nossos dias.

Pb. Gleison Elias Pereira

 
Referência
[1] e [2] Mensageiro da Paz, Ano 79, Número 1.494 - Novembro de 2009